Entendendo de negócios

O Presidente da Michelin, Jean Philippe Olliver afirmou para a América Latina: “Você acha que a gente vende pneus?”, pergunta, para emendar em seguida: “Em aviação, a gente vende um número de aterrissagens. Em mineração, vendemos peso de carga transportadora por quilômetro.”

Schuckenbrok, o número 2 da Dell afirma: “O negócio dele não são computadores, são serviços de TI”. “Fui contratado para ajudar o Michael a transformar a Dell numa provedora de serviços”, assim, juntou-se a um time de 60 pessoas dedicado a criar um novo modelo de negócios, com a ajuda das consultorias Mckinsey e Bain.

Dornelles da Tcno Logys: Ele não vende tijolo e argamassa, vende paredes; entretanto a concorrência aperfeiçoou seus processos e ganhou produtividade. Hoje pretende inaugurar a maior planta de blocos cerâmicos do país.

É o momento de se pensar em negócios e não em produtos, pois produtos copiam e inovam. Parar para refletir qual é o negócio da empresa é entender a amplitude em que está inserida a sua empresa. Se me baseio na ideia do meu produto, perde-se o foco e limita a visão da empresa. Será que a empresa Y.Yamada, o seu negócio é venda de produtos de várias categorias? Duvido muito. Com certeza para entendê-la é preciso visualizar a gama de serviços que ela oferece. Qual será o negócio do McDonald’s? Será alimentação fast food? Será que pensar em seu produto vai entender seu negócio? 

Vamos pensar na Google em seu mais novo modelo de gestão denominado NADA. “Não há diferença entre um executivo e os demais. Mas é um nada que parece um tudo. Lá, todos têm internet e celular grátis e direito a viagens em classe executiva. Todos têm autonomia para alcançar metas e resultados. Isso não significa liberdade sem compromisso. Se o executivo quer fazer um curso de Coach na Irlanda? Podem propor. "Ela tenta aliar as vantagens do empreendedorismo (liberdade, flexibilidade, satisfação pessoal) com as da vida de funcionário (menos risco, menos dor de cabeça)”, diz Felix Ximenes, Diretor de Comunicação e Assuntos Públicos. Assim, podemos perguntar qual é o negócio da Google? É muito mais que o serviço que ela nos oferece. Se restringirmos ao seu produto ou o seu serviço, transformaremos neste grande e produtivo empreendimento em um simples banco de informações ou um conjunto de interligações de dados. Isto é Google? Jamais.

Maria Lúcia Batista Conrado Martins