sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Uma discussão sobre planejamento

           Hoje estou professora universitária de uma turma do 6º período de Administração e com isto decidi criar um diário em que como uma pesquisadora do tema planejamento, tem a ousadia de fazer. O meu objetivo é simplesmente registrar minhas ansiedades e inquietações sobre o tema. Nele contarei fatos e situações que para mim no decorrer são lições de aprendizado que não podem ficar sob o meu poder.
Quando minha filha caçula estava com seis anos foi travada uma batalha para que ela fosse comigo à igreja. Depois de muito questionamento, que segundo ela não queria se tornar uma religiosa, e com a ajuda de uma vizinha, convencemos a ir, na seguinte condição: ela deveria trazer o jornalzinho para a vizinha, pois a mesma estava impossibilitada de ir. Quando chegamos à igreja, a minha filha pegou o jornalzinho e falou: Pronto agora podemos voltar, pois já tenho o jornalzinho da tia. Bom o que fazer agora? Pois o que eu queria era que ela ficasse e do seu jeito participasse da cerimônia. Quando enfim a minha filha entregou o jornalzinho disse: peça a minha mãe para trazer para você da próxima vez. Uau! Que lição! Enfim não precisava dela para aquela missão. O objetivo não a envolvia, qualquer um poderia fazê-lo, e acima de tudo, a confundi: Planos e objetivos andam juntos?
Sim. E daí? Aqui podemos pensar: Eu consegui levá-la ao que pretendia? Não. Qual era o objetivo, então? Era levá-la ou garantir que ela participasse? Onde localizam os erros neste contexto: na estratégia, no plano, no envolvimento dos interessados. Com certeza precisamos entender quando e as razões do por que planejamos, pois senão pensaremos mais no acontecer do que nas conseqüências do que planejamos.
           Cada pessoa de pé ao lado do elefante pode fazer sua própria avaliação, limitada e analítica, da situação, mas não obtemos um elefante ao somar “escamoso” (pele), “longo e macio (tromba)”, “maciço e cilíndrico (pernas)”, em qualquer proporção imaginável. Sem o desenvolvimento de uma perspectiva global, permanecemos perdidos em nossas investigações individuais. Essa perspectiva pertence a outro modo de conhecimento e não pode ser alcançada da mesma maneira pela qual as partes individuais são exploradas. Ela não resulta da soma linear de observações independentes.
           O planejamento se projeta em tantas direções que o planejador não consegue mais discernir a sua forma. Ele pode ser economista, cientista político, sociólogo, arquiteto ou cientista. Mesmo assim, a essência de sua vocação – planejamento – lhe escapa. Ele a encontra em toda a parte e em nenhum lugar específico.  O “planejamento” pode ser tão ilusório porque seus proponentes estão mais preocupados em promover ideais vagos do que em conseguir posições viáveis, mais preocupados com o que o planejamento poderia ser do que com o que ele se tornou de fato. A necessidade, portanto, não é criar um lugar para o planejamento, mas apenas reconhecer o lugar que ele já ocupa.

Maria Lúcia Batista Conrado Martins

22 comentários:

  1. Realmente sua filha tem determinação!
    você não conseguiu que ficasse, mas, você conseguiu levar a igreja.

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    1. A grande lição deste momento é o pensar na amplitude e dimensão dos nossos objetivos ao mesmo tempo que as estratégias deverão parear as ações estratégicas. Aqui, infelizmente houve um divórcio entre as duas proposições. É um grande erro estatégico.

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  3. Me apego ao fato de que o envolvimento dos interesados influenciou diretamente nesse contexto, pois apegaram-se tanto ao objetivo de levar a criança a igreja que esqueceram-se de fazer com que a mesma prmanecese no recinto para assistir a missa. A questão é que em meu ver o meio usado para se conceguir isso talvez nao tenha sido o melhor a ser aplicado, pois a criança a pesar da pouca idade poderia muito bem desempenhar APENAS o papel que lhe foi designado facilmente; para mim o melhor meio de se conceguir o objetivo desse fato seria a de atiçar a curiosidade da criança, é ver a criança como cliente, na hora de vender um brinquedo por exemplo qual o cliente? os pais ou criança? e como você mesmo Maria Lúcia disse Amplitude x Dimenção = Estratégia x Ações.

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    1. Perfeito sua análise pois a máxima não era somente ir à igreja mas participar da mesma. São eventos que muito acontecem em empresas e que ao final pergunta-se: por que não deu certo? Onde erramos? O que fazer? Os administradores, gosto muito deste nome, devem ficar atentos a isto pois muito se têm perdido nesta jornada por falta de sintonia entre dimensão/estratégia e amplitude/ações.

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  4. PROFESSORA.MARIA LUCIA BATISTA CONRADO MARTINS,EU SEU ALUNO DA UNIP DO CURSO DE ADM DO SEXTO PERILDO,FLAVIO JOAO ALVES PEREIRA.
    PLANEJAR E TER UMA BRAISTORMING DENTRO DO QUE VOCE TEM PARA COMPRA AS FERRAMENTAS NECESSARIAS PARA REALIZAR O PROJETO,A CURTO, MEDIO,E A LONGO PRASO.PRECISSO ENTEDER PRIMEIRO O MEU NEGOCIO PARA ASSIM PLAMEJA A SUA MISSAO,E EXECUTAR COM NO MINIMO UMA EFICACIA ASSIM BUSCANDO A SUA EFICIENCIA,E GARANTIDO A SUA SOBREVIVENCIA.

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    1. Flavio, acho que você precisa primeiro de uma aula de português e posterior uma de inglês, quase nao entendi o que você quis dizer, mas depois de ler algumas vezes entendi em partes. Você, nao entendeu muito bem o que ela quiz dizer no texto, nao há "Brainstoming" nisso, ou melhor talvez tenha se eu for ter uma visão muito ampla da coisa, ela nao ela nao quer que você entenda o SEU negocio, ela esta apresentando um caso e quer que voce de uma opnião/solução para isso... nao querendo dismerece-lo mais você está equivocado quando escreveu acima. Você está dando um quase conceito de MISSÃO...

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    2. Antes mesmo de elaborar uma missão é necessário entender qual é o negócio de sua empresa pois senão a tornará limitante e perderá seu foco. No que se refere a eficiência e eficácia são indicadores de desempenho tanto financeiro e não financeiro, portanto fazem parte do planejamento operacional de uma organização, não fazendo parte de sua missão. Brainstorming é uma ferramenta da gestão da qualidade que tem como objetivo levantar idéias sem bloqueios, quando há algo para ser resolvido. Um exemplo típico é o que acontece no seriado "HOUSE" quando o mesmo junto com os médicos tentam buscar uma causa para os problemas mais difíceis. Acredito que esta ferramenta pode ser usada sim para levantamento de necessidades e ações para planejamento de um projeto quando o mesmo precisa de idéias para viabilização de seu produto.

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  5. Minha colega,
    mais uma vez, você nos coloca a pensar. Realmente o que se faz ao planejar? Qual realmente será a nossa missão? O nosso Objetivo?
    Isto mexeu comigo, me fez rever conceitos, observar opniões de nossos alunos. Quando vejo alunos citando BRAISTORMING, penso que seria em um primeiro momento, no qual CHOVEM anseios, idéias, opiniões e, A PARTIR DAÍ, nós organizamos estas idéias e as arrumamos de acordo com objetivos a que a empresa se propõem.
    pronto, deu-se o ponta pé inicial.
    PLANEJAR, em cima deste objetivos, das necessidades da organização da qual fazemos parte, mas, sem perder o foco, em cima da sua realidade, mas, sempre lembrando se tais estratégias traçadas no planejamento podem ser viabilizadas.
    "O trabalho expande-se na exata medida do tempo disponível para ser feito". Acredito ser a frase qua faltava para ser encaixada neste pequeno momento, e como disse Celso Antonio Pinheiro de Castro, PLANEJAR é isso, Trabalhar, muito e colher os frutos de uma missão bem cuidada e gerenciada.
    Uma pequena opinião e espero contribuir para fomentar mais discussões positivas.

    Abraços,

    Professora Karlucia Maués
    Espec.Administração de RH

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    1. É importante discutir o planejamento e suas estratégias considerando onde e como devemos chegar. É importante abrir um espaço para que nós e nossos alunos possam expressar suas dúvidas e elaborar suas opiniões abrindo a possibilidade de crescermos juntos. Quando há mais de um querendo abrir este espaço, há a certeza que muita coisa vai acontecer e transformar.
      Obrigada

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  6. O contexto acima nos coloca diante de um objetivo não alcançado, onde o mesmo era que a criança ficasse e participasse da celebração. A meu ver o erro está no envolvimento dos interessados, pois foi dado apenas um comando à criança e a mesma limitou-se a cumprí-lo. Não houve um diálogo no qual ela teria que além de pegar o jornalzinho, também participar da celebração: que era o objetivo da mãe. Se o plano da mãe tivesse sido "informado" antes, acredito que a atitude da criança fosse outra. DIÁLOGO, foi o que faltou para o objetivo do plano ser alcançado. `
    É o que acontece em algumas empresas, a falta de diálogo, acaba colocando em risco o planejamento elaborado para determidado serviço.

    Administração - 6º semestre

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    1. A grande questão é o fato que a criança, talvez para grande parte delas, não entendem a cerimônia, portanto não sentem parte dela. Acredito que mesmo que explicasse a ela, não iria. Às vezes, aliás muitas vezes, a participação limitada das pessoas nas empresas tem com base a falta de entendimento dos propósitos das estratégias e objetivos.Como envolver se naõ conheço....

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  7. Raimundo Sérgio D.Silva26 de fevereiro de 2012 às 09:31

    O texto acima nos deixa reflitir sobre que o planejamento é necessário em todas as áreas. É preciso traçar metas, objetivos e o envolvimento dos interessados. Pois, não basta planejar, se não observarmos todos os aspectos;sejam eles: para que, para quem e o por que. Assim, quando persarmos em palmejamento devemos buscar a essência e as modificações que pretendemos consolidar ou administrar na sociedade, seja, não ambito pólitico, econômico e social.
    Administração - 6º semestre

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    1. Realmente você tem razão mas acima de tudo, precisamos enxergar quem está envolvido e o seu nível de comprometimento e entendimento. O convencimento parte do princípio de que não somente devemos planejar mas investir naqueles que vamos precisar para estas modificações ou consolidações. Este sentido de necessidade deve partir dos gestores e daqueles que de alguma forma será no âmbito do processo um formador de opinião.

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  9. Bom a melhor forma de conceguir o objetivo desse contesto ,deveria ser : avivar boas expectativas para a criança, mostra os pontos positivos ,deixando a curiosidade e expectativas afloras nela e assim motiva-la a acompanha sua mãe para a igreja .
    Como meu colega de sala Ramon Chumbre colocou que devemos " ver a criança como cliente" .
    Ter uma boa sintonia no planejamento para que o objetivo seja alcançado.

    Jacira Launé /adm/6º período / sala 02

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    1. Realmente a sintonia com os objetivos é fundamental. Erros acontecem porque não percebemos a importância dos resultados. Pensamos somente fazer e construir um caminho, mas perdemos a direção e a medição deste mesmo caminho.

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  11. A melhor forma de convencimento, seria avivar na criança o interesse pela cerimonia religiosa,mostrando para ela o lado positivo da participação ao evento, e as consequências advindas nesse processo de adaptação a religião,devemos ter ao planejara algo a visão pragmática do que esta sendo realizado, sempre visando as causas e os objetivos e tudo que envolve o alvo principal, nesse contesto a criança. .....(Cb Luis Antonio)

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    1. A visão pragmática é necessária para que tenhamos controle sobre a execução estratégica dos nossos projetos. Mas se ficarmos com foco nesta visão poderemos perder a noção da dimensão e do contorno dos resultados.

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  12. Primeiramente lhe parabenizo por esse texto, popis com um simples exemplo nos faz analizar e refletir como o planejamento e objetivo são importantissimo para obiter o foco onde queremos chegar. E relação a sua filha se essa, historia for real ela deve ser iqual á você, objetiva.
    Assinado: Ariane Machado

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  13. Professora por falta de atenção, o comentario acima consta erros, pois escrevi com rapidez obrigada.
    Assinado: Ariane Machado

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